segunda-feira, 14 de abril de 2008

A Madeireira Lumber

Além de construir a São Paulo-Rio Grande, Percival Farquhar montou a Southern Brazil Lumber & Colonization Co. Inc., em Três Barras/Santa Catarina, com um capital inicial de 100 mil dólares logo ampliado para 12 milhões de dólares. É o maior empreendimento econômico no Sul. A cidade recebia gente do mundo inteiro. Madeireira e depois colonizadora, a Lumber promoveu uma devastação ecológica inédita até então. Dois anos depois de sua inauguração em 1910, dispunha de uma reserva de mais de 2 milhões de pinheiros (araucária angustifólia), sem contar imbúias, cedros e outras madeiras nobres.
A grande madeireira serrava 300 metros cúbicos por dia com sistemas totalmente automatizados empregando mão de obra predominantemente estrangeira. Construía ramais ferroviários no meio da mata de onde ia arrancando as árvores com guindaste, de maneira célere. Conseguiu que o governo brasileiro construísse um ramal gigante ligando a madeireira ao litoral - a estrada de ferro Porto União-São Francisco - por onde exportava madeira e erva-mate.
A Lumber operou por 40 anos até que fosse literalmente abandonada pelos americanos e sua área incorporada ao Exército Brasileiro. Não deixou um único exemplar das magníficas espécies nativas encontradas nas áreas onde atuou.
Como prova do seu poderio, a Lumber, mesmo em terras contestadas por dois estados, estabelece Três Barras como município pertencente ao Paraná. A cidade torna-se catarinense com a assinatura do acordo de fronteiras em 1917, no final da guerra.

Um comentário:

Fátima Venutti disse...

Estou desenvolvendo uma pesquisa acadêmica sobre essa madeireira e gostaria de saber quais as fontes utilizadas para a composiçao de seu artigo